- A circuncisão masculina, o retardamento do início sexual e a redução do número de parceiros sexuais são as mais novas estratégias de prevenção do HIV na África Austral
Especialistas da Sida, jornalistas e editores da região discutiram este tema, na semana passada, em Maputo, num encontro organizado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Sida (Onusida).
A circuncisão masculina - a retirada do prepúcio, pele que cobre a cabeça do pénis - ganhou destaque nesse evento como método de prevenção do HIV.
Especialistas explicam que as células do tecido interno do prepúcio absorvem o HIV nove vezes mais do que o tecido cervical das mulheres. A parte interna do prepúcio tem uma superfície mucosa muito susceptível a lesões e, consequentemente, a infecções por doenças de transmissão sexual (DTS).
“Está na hora de utilizarmos evidências científicas e não mais agendas políticas e ideológicas”, disse, ao PlusNews, Daniel Halperin, epidemiologista, antropólogo e pesquisador da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América.
Na África do Sul, um estudo com três mil homens dos 18 aos 24 anos de idade mostrou que a circuncisão reduz em 70 por cento o risco de infecção por HIV. Este ano, o estudo foi interrompido por razões éticas, para permitir aos participantes não circuncidados a escolha de se protegerem.
A Zâmbia e a Suazilândia começaram programas de circuncisão masculina, mas outros países e instituições aguardam pelos resultados de estudos adicionais no Quénia e no Uganda.
Daqui a três semanas, os pesquisadores deverão resolver se param com estes estudos para dar aos participantes não circuncidados a chance de o fazer.
No entanto, os especialistas apontam a necessidade de continuar a praticar sexo seguro, já que a protecção da circuncisão não é de cem por cento.
Encaixe perfeito
Segundo o Onusida, 35 por cento dos homens nos países em desenvolvimento foram circuncidados
Na apresentação, Halperin sobrepôs os mapas de países africanos de baixa circuncisão masculina e os de alta seroprevalência.
“Encaixam perfeitamente,” disse Halperin.
No norte de Moçambique, onde a circuncisão masculina ultrapassa os 90 por cento, a prevalência é a menor do país. A província de Cabo delgado tem 8.6 por cento, seguida por Nampula com 9,2 e Niassa com 11.1, enquanto a média nacional é de 16.2 por cento
Niassa, conforme Halperin, tem mais casos de HIV, porque faz fronteira com Tanzânia e Malawi, com 15 por cento de seroprevalência.
Estas três províncias são maioritariamente islâmicas, o que está associado a um baixo nível de consumo de álcool e maior controlo social da sexualidade. Halperin disse ter incluído estas variáveis dentro da sua hipótese. E deu um outro exemplo.
Na província de Inhambane, sul de Moçambique, predominantemente cristã, consome-se álcool, inicia-se o sexo muito cedo, é zona turística e de circuncisão masculina quase universal, e a seroprevalência é de 11.7 por cento.
Entretanto, Angola com mais de 90 por cento dos homens circuncidados tem uma prevalência do HIV de aproximadamente quatro por cento
Na província angolana de Kunene, onde a circuncisão não atinge a maioria dos homens, cerca de 11% da população está infectada, segundo o Onusida.
Vantagens e desvantagens
A circuncisão masculina, segundo os médicos, também diminui o risco de transmissão da sífilis, gonorreia, infecções urinárias e cancro do pénis, e a ejaculação precoce.
Para as mulheres, o homem circunciso tem vantagens: reduz o risco de transmissão do vírus do papiloma humano, que causa o cancro do colo do útero, uma das maiores causas de mortalidade feminina na África Austral.
No Uganda, pesquisadores descobriram que, entre 300 casais serodiscordantes, a circuncisão masculina reduziu, em 30 por cento, a taxa de transmissão de HIV às mulheres.
A operação não é complicada e custa 25 dólares americanos. O pós-operatório é incómodo, mas não é muito doloroso, se não haver complicações, dizem especialistas.
“É simples e facilmente adaptável aos limitados sistemas de saúde do continente africano. Geralmente, curandeiros ou algum adulto com prática faz a cirurgia”, disse Harperin.
Depois de circuncidado, o homem precisa de ficar até seis semanas sem relações sexuais, disse o urologista zambiano Dr. Kasonde Bowa, especialista nesta cirurgia.
“Quando o paciente estiver disposto a ter relações sexuais, é porque já recuperou”, diz.
A Dra. Palesa Mohaloer, a única profissional que faz esta cirurgia no Lesotho, ressalta a necessidade de aconselhamento prévio para facilitar uma decisão informada.
Tanto Bowa como Mohaloer disseram que a procura de circuncisão masculina aumentou este ano, depois de ser divulgado o estudo da África do Sul.
Os jornalistas que participaram do encontro elegeram alguns factores que dificultam tratar a circuncisão masculina na imprensa.
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